O renomado jornal norte americano The New York Times, divulgou sua review antecipada sobre o novo álbum do Paramore, “After Laughter”, que será lançado amanhã (12) no mundo todo. Confira a tradução:
Paramore tenta se encontrar nos anos 80 com “After Laughter”
A última década tem sido hostil para as bandas de rock, que perderam a sua centralidade para rappers, country starts, DJ’s, sensações da internet, entre outras. Até mesmo a banda de rock mais importante atualmente não soa muito como rock. Isso faz com que a ascensão do Paramore da pop-punk Vans Warped tour para as trincheiras do mainstream ainda mais notável.
Nesse caminho para se tornar uma das bandas mais influentes dos anos 2000, Paramore fez isso na escala do pop-punk, e no DNA da banda – e especialmente o da sua vocalista, Hayley Williams, uma das mais marcantes yelpers no rock mainstream – tem sido escutado através do espectro pop: Best Coast, Taylor Swift, Grimes, Hey Violet, entre outros.
“After Laughter” é o quinto álbum de estúdio do Paramore, mais o mais importante é que o primeiro desde o auto-intitulado de 2013, o menos centrado da banda, e aquele que mudou o Paramore como era, no começo de 2005 com seu álbum de estréia.
Em “After Laughter”, Paramore é uma única mente novamente, mas não a mesma mente que já foi uma vez. A Sra. Williams e seu companheiros de banda, Zac Farro e Taylor York se refizeram em uma roupagem pop-punk dos anos 80: discretas percussões digitais, sintetizadores e o principalmente o limitado, super adocicado canto da Sra. Williams.
Uma imperfeição nesse meio tempo do Paramore foi como a Sra. Williams foi desenfatizada – ela é melhor quando permitida a atacar sem camuflagens, e quando seu canto se vira em direção a um tom de escárnio.
Seus vocais neste álbum estão próximos da ideia do álbum anterior, mas apesar de suas letras estarem tão ofendidas como sempre – talvez até mais – o júbilo da música funciona contra isso. Esse álbum sugere, em alguns pontos, o som do Blondie no início dos anos 80 (“Rose-Colored Boy”) e a música de dos filmes de John Hughes (“Forgiveness”), mas também um recente pop-club revivalistas como La Roux e Kiesza (“Told You So”) ou um pop com atitude como Charli XCX.
Sra. Williams não é tão característica ou tão efetiva nesse universo. Ela ainda é uma forte cantora, especialmente em “Told You So”, mas algumas de suas essenciais distorções vocais não funciona bem nesse mundo. Ela tem momentos impressionantes em músicas menos polidas como “Tell Me How”, uma balada de piano sombria e penetrante (“I can’t call you a stranger/But I can’t call you”). E às vezes ela prospera apesar do caos musical, como em “Idle Worship”, uma canção maliciosa sobre quem, e o que nós valorizamos: “We all got problems don’t we?/We all need heroes don’t we?/But rest assured there’s not a single person here who’s worthy.”
Em cada álbum, Paramore tornou-se um pouco mais ousado e desviou-se um pouco mais da sua zona de conforto. “After Laughter” parece uma ruptura com aquele arco, e não totalmente explicável. É uma escolha estranha lançar um álbum de revival dos anos 80, quando um revival de 1990 está no centro da cultura pop (um movimento que a banda se sentiria melhor adaptada) e também para dividir tão definitiva com o pop-punk e emo do passado da banda, assim como esse som está começando a prosperar novamente.
Em vez disso, Paramore retirou-se desta narrativa, fazendo um álbum que revela principalmente como estava fatigado com a sua velha idéia de si mesmo, e as conversas que vieram com isso. Talvez a coisa menos surpreendente sobre isso é que uma das maiores bandas de rock dos anos 2000 não está muito interessada em ser uma banda de rock.
Tradução e adaptação: Lucas Mantoani | Fonte.